Como você interage no Mundo Virtual? E em Educação a Distância?

     O ser humano é um ser gregário, pois sempre foi e é motivado para estar junto, para o aprendizado grupal. Estar em grupos, viver em grupos, trabalhar em grupos; pensar, atuar, perceber, sentir e agir grupalmente é o elemento gerador que nos ajuda a dar significado à vida. Não nascemos humanos, mas nos humanizamos de maneira lenta e muito trabalhosa à partir do contato com o “outro”, da relação construída, da cooperação dada pelos  nossos semelhantes e assim nos tornamos pessoas. O homem foi o primeiro animal a ser domesticado à partir da inter-relação. Fenômenos psicológicos são elaborados à medida que as pessoas interagem umas com as outras, o que chamamos de interações sociais; e toda interação social produz processos psicológicos novos, construídos de forma complexa e de maneira muito avançada, gerando assim  produções (pensamento, emoções, sentimento) de coisas novas. Isto é um fato que a Psicologia há muito tempo investiga e  estuda! Por outro lado, no mundo contemporâneo temos sido “treinados” por estímulos do meio ambiente,  a sermos individualistas e competitivos, e infelizmente esta tem sido a bandeira dos humanos, principalmente aqueles que vivem na parte ocidental do planeta. Quando observamos o comportamento dos orientais que vivem na outra metade da Terra, constatamos que  naturalmente são pessoas voltadas ao coletivo. A própria cultura deles os fazem mais solidários e mais relacionais no sentido da troca, do compartilhamento, da interação e da cooperação. Se o processo tecnológico inegavelmente foi e está sendo instrumento para a aproximação entre os humanos, nesta trajetória, o agrupar-se passou a ser uma importante ferramenta relacional voltada à auto-realização e ao desenvolvimento perceptivo que todos podemos ser conectados e orientados a um só objetivo. No caso da educação a distância -  EAD, ao aprendizado. Esta nova Era Digital ou Era do Conhecimento,  nos conscientiza, nos aproxima e nos mostra  que o esforço individual forçosamente expande-se em direção ao contexto cooperativo dos grupos e que todos, absolutamente todos, precisam aprender a lidar com mecanismos pessoais vinculados ao narcisismo, que justamente obstaculizam as conexões construtivas e as interpenetrações das práticas grupais agora direcionadas à obtenção de objetivos compartilhados. Sempre lembre: O  aprendizado em grupo coloca o bem comum acima de interesses pessoais. Desta forma, toda e qualquer coletividade se beneficia pelo ato da colaboração e da cooperação.  Não há dúvidas que quando levamos em conta os interesses que colaboram com o bem comum, todos ganham. Processos tecnológicos voltados ao processo de aprendizagem coletiva  expandem por demais inúmeras potencialidades humanas, pois a tecnologia em si não cria nada, mas apenas ajuda e desenvolve habilidades que são inerentes à nossa espécie, não somente as intelectivas mas também as sociais, emocionais, afetivas. Com isto, cada um em seu mundo individual adquire e readquire uma nova inteligência que poderíamos chamá-la de inteligência inter-relacional (Gardner). Ao desenvolvermos a inteligência inter-relacional por aprendermos a  colaborar uns com os outros, principalmente ao que tange à construção do conhecimento, desenvolvemos também ricas competências a ela vinculadas como solidariedade, empatia, apreço pelo “outro” e respeito. Precisamos aprender o prazer da vida coletiva, o prazer da convivência, a autorealização de “aprender” em companhia de um “outro”, condição benfazeja que colabora na prática da interação, do trocar, do sentir-se junto, da solidariedade, ou seja, atributos mínimos e necessários  da condição do humano. Por outro lado o  processo pessoal da aprendizagem humana é muito complexo, pois aprendemos o que queremos e o que nos interessa. O resto aprendemos por retermos na memória e somente por  determinado tempo. Sim, as ferramentas tecnológicas também tem nos tornado pensadores sociais, pois agora dividimos o que pensamos o tempo todo com muitas pessoas que querem  falar conosco de maneira online,  como também enviar para nós  fotos e mensagens. Assim uma das grandes habilidades modernas que estamos adquirindo em conjunto cada vez mais é a de “pensar sobre o pensar”,  que também acontece na dimensão da relação com o “outro”.  Daí muitos se perguntam: “Seria bom estar pensando com outras pessoas ou deveria estar pensando sozinho(a)?” Bem,  vivemos em uma grande bolha social e quanto mais cada um reter um pensamento, mais perderá oportunidades de se surpreender com a generosidade de outras pessoas conectadas que sempre se mostram prontas a contribuir com ideias, pontos de vista e  sugestões. Isto para mim seria perder uma grande oportunidade do estar junto, de poder somar, de contribuir…. e aí sim….de fazer “toda” a diferença!